sexta-feira, 26 de novembro de 2010



Em cada trago uma lembrança, em cada trago uma esperança.
Lembranças da vida, dos amores, dos sorrisos, de coisas boas e ruins que ficaram para trás.
Esperança de conquista-las novamente, de ter uma nova chance, de me sentir confortável algum dia.
Enquanto inspiro fumaça penso no cotidiano, penso nas razões, nas reações.
Questiono as cores, as fantasias, os seres, o mundo.
Vejo que as barreiras formadas pelos instintos humanos são maiores do que qual quer outra coisa, do que qual quer outra imposição.
Guerra, choro, reclamação, sugestão, opinião, os conflitos permanecem, a premeditação continua a vazar pelos olhos cheios de lágrimas ao redor das ruas.
O vento sopra a desigualdade, a injustiça, a desunião.
Enquanto a brasa do cigarro queima no cinzeiro, eu me questiono se realmente todas as nossas crenças e descrenças estão certas, se tudo o que já fizemos até hoje valeu realmente a pena.
Nossos sonhos, nossas lutas, nossas "obrigações".
Vivemos hoje em um mundo sem limites, sem fraternidade, com falsas situações de amor, com falsas situações de carinho.
O ser humano a cada dia que passa se distancia mais um do outro, a cada dia que passa se torna um bicho mais carente.
Pessoas buscam, conseguem, as vezes não e sempre as falta alguma coisa.
Neste meu último trago, consigo enxergar nas entrelinhas do universo e vejo que nos falta além das boas lembranças, a esperança.

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